A transformação digital redesenhou a experiência nos estacionamentos. Pagamentos automáticos, integração com aplicativos e jornadas sem atrito tornaram-se parte da rotina de milhões de motoristas. Por outro lado, o avanço trouxe consigo uma ameaça invisível: o aumento da exposição do setor a ciberataques.
Um incidente não se restringe à perda de tíquetes ou de receita imediata: pode implicar vazamento massivo de dados pessoais, desvio de fluxos financeiros e até a completa indisponibilidade operacional. Em tal contexto, a cibersegurança deixa de ser uma função técnica para se consolidar como um pilar de governança corporativa.
Caminhos para fortalecer a defesa contra ciberataques
O e-mail continua sendo um dos principais vetores de ataque nas organizações, explica o superintendente de Tecnologia da Informação na INDIGO Brasil, Milton Santos.
“É essencial tratá-lo como um ponto crítico de proteção. Na INDIGO, adotamos práticas rigorosas de gestão de credenciais, investimentos em ferramentas avançadas de segurança da informação e campanhas de phishing controlado, que treinam continuamente nossas equipes. Essa combinação nos permite reduzir riscos internos e garantir maior resiliência frente às ameaças digitais”, destaca.
Já no âmbito operacional, blindar sistemas digitais dos estacionamentos contra ciberataques exige mais do que soluções tecnológicas: requer cultura organizacional, governança e disciplina. Entre as medidas mais eficazes estão:
- Monitoramento contínuo de transações e acessos;
- Gestão de patches e atualizações para eliminar brechas;
- Segmentação de redes e adoção do modelo Zero Trust;
- Programas recorrentes de capacitação contra phishing e engenharia social;
- Backups testados regularmente, assegurando recuperação rápida em caso de incidente.
“Consolidar a conscientização em cibersegurança acelera a adesão a controles internos”, reforça o superintendente. O investimento em cultura, processos e tecnologia não representa despesa adicional, é o que garante a continuidade dos negócios.
LGPD: mais que conformidade, um alicerce estratégico
Já a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é um pilar fundamental para a proteção digital no setor de mobilidade. Não se trata apenas de atender a uma legislação ou evitar sanções da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), mas de estruturar processos robustos, definindo claramente quem acessa informações, de que forma são tratadas e quais protocolos de resposta são acionados em caso de incidente.
“Usuário e senha, seja de computadores ou aplicativos, são pessoais e intransferíveis. Parece básico, mas essa prática elimina riscos frequentes de compartilhamento e fortalece a governança digital”, complementa Milton.
Enquanto as ferramentas de segurança são fundamentais para a proteção das infraestruturas digitais, a implementação de medidas previstas pela LGPD, como os requisitos de governança e gestão de dados pessoais, potencializa a segurança, garantindo que todos os dados sejam geridos de maneira transparente e protegida.
Por fim, a lógica é inequívoca: no setor de mobilidade, organizações que priorizam proteção avançam, as que ignoram essa realidade comprometem sua própria sobrevivência. “Segurança da informação não é um adendo à estratégia, mas parte indissociável dela. Na INDIGO, entendemos que proteger dados e operações não é apenas mitigar riscos, mas assegurar a perenidade do negócio e preservar a confiança dos clientes”, conclui Milton.